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Faltam cinco dias para a eleição presidencial nos EUA: como deve ficar o dólar até o dia do pleito?

Oct 31, 2024 IDOPRESS
Homem assiste ao debate entre Donald Trump e Kamala Harris em TV em Washington — Foto: Allison Bailey / AFP

Homem assiste ao debate entre Donald Trump e Kamala Harris em TV em Washington — Foto: Allison Bailey / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 30/10/2024 - 22:42

Eleição nos EUA: Impacto no Dólar e Mercado Brasileiro

Faltando cinco dias para a eleição nos EUA,o dólar está em alta,podendo manter-se assim pós-eleição devido à incerteza. A vitória de Trump pode significar protecionismo e inflação,enquanto uma vitória de Harris/Biden pode enfraquecer o dólar. O mercado está atento a possíveis mudanças na política fiscal brasileira e a reunião do Fed. Em 2016,a eleição de Trump impactou o dólar,podendo ocorrer o mesmo em 2020.

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Em cinco dias,os americanos irão às urnas definir o novo presidente dos Estados Unidos,e a média das últimas pesquisas mostra que eles estão mais indecisos do que nunca. Essas incertezas se espalham também pelo mercado financeiro no Brasil,onde os investidores buscam pistas para uma pergunta: o que será do dólar até as eleições americanas?

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A moeda está acima dos R$ 5,40 desde junho deste ano e não fecha abaixo dos R$ 5,60 há quase três semanas. Nesta terça-feira,a moeda alcançou os R$ 5,761,a cotação mais alta em três anos. Nos últimos dias,vem crescendo entre o mercado a ideia de uma possível vitória do candidato republicano Donald Trump. Na visão de boa parte dos investidores,o retorno do ex-presidente à Casa Branca pode significar,num primeiro momento,a manutenção do dólar em alta.

Candidata democrata à Presidência dos EUA,Kamala Harris,e candidato republicano à Casa Branca,Donald Trump,durante debate transmitido pela rede ABC — Foto: MATTHEW HATCHER / AFP

Para Danilo Igliori,economista-chefe da Nomad,a moeda deve seguir em um patamar alto até depois das eleições americanas. Segundo ele,é difícil que o real volte a se valorizar se depender apenas do cenário externo.

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Entretanto,o especialista explica que,caso haja novidades relevantes relacionadas à política fiscal brasileira — que vem movimentando o mercado nos últimos dias —,pode haver alguma mudança no comportamento da moeda.

Em paralelo,ele menciona que a reunião do Federal Reserve (Fed,o banco central americano) na próxima quarta-feira também pode mexer com o mercado.

Trump e a inflação

O triunfo de Trump pode significar uma volta do protecionismo econômico nos EUA,tendo em mente a condução da economia apresentada pelo ex-presidente em seu mandato de 2016,afirma Jacques Zylbergeld,superintendente de Câmbio do Rendimento.

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Em 2018,por exemplo,o ex-presidente taxou as importações de aço e alumínio,além de ter uma guerra comercial de mais de um ano com a China — que terminou com os dois países “fazendo as pazes”,lembra o analista.

— Na cabeça do mercado,quando a gente fala de Trump,a gente pensa em impostos,tarifas — explica.

Ex-presidente dos EUA e candidato à Presidência Donald Trump faz discurso em Nova York — Foto: Michael M. Santiago/Getty Images/AFP

Declarações recentes do candidato também evidenciaram o objetivo de Trump de,caso eleito,taxar importações,especialmente as vindas da China,possivelmente recomeçando o que foi visto no início do seu primeiro mandato.

Essas medidas restritivas ao comércio exterior podem influenciar no cenário doméstico americano e aumentar os preços de produtos importados no país,já que a taxa tornaria mais caro exportá-los aos Estados Unidos,aponta Rodrigo Miotto,gerente de câmbio da Nippur Finance.

Esse possível crescimento na inflação com um hipotético novo governo Trump poderia levar o Federal Reserve (Fed,o banco central americano) a interromper o ciclo de cortes nos juros,iniciado na reunião de setembro.

— O problema da inflação lá não está bem resolvido. O mercado ainda procura pistas sobre a inflação. Está todo mundo sempre de olho nos dados — afirma Miotto.

Além disso,o especialista explica que o tributo a produtos importados pode afetar a exportação do Brasil aos EUA,nosso segundo maior parceiro comercial. Caso as exportações diminuam,haveria uma entrada menor de dólar no país,o que também pode valorizar a divisa,que circularia menos no Brasil,aponta Miotto.

E o efeito Harris?

Em relatório da XP,assinado pelos analistas Fernando Ferreira,Jennie Li,Felipe Veiga e Júlia Aquino,uma vitória da democrata Kamala Harris significaria uma continuação do governo Biden.

Kamala Harris participa de comício em Washington — Foto: Kevin Dietsch/Getty Images/AFP

Em um eventual governo democrata,os analistas preveem que a proposta de investimentos em infraestrutura,apoio a pequenas empresas e investimentos em saúde impulsionariam a economia e aumentariam o apetite por risco.

Além disso,com um aumento na supervisão regulatória prometido por Kamala e uma política fiscal expansionista para financiar os programas econômicos,o cenário de dólar enfraquecido e mais fluxo estrangeiro para ações globais e emergentes ganha força.

Apesar da diferença entre os candidatos,para Igliori,da Nomad,nenhum dos dois apresentou propostas que tratam sobre o déficit trilionário americano. Isso também pode levar a uma maior emissão de títulos públicos do Tesouro americano a taxas mais atraentes para captar recursos.

Como estes títulos são muito seguros,caso estejam com bons rendimentos,podem levar a um maior deslocamento de capital em dólar do Brasil para o país.

— Independentemente do resultado,a vizinhança do período eleitoral (americano) é sempre mais turbulenta — diz Igliori.

De fato,em novembro de 2016,quando Trump foi eleito pela primeira vez,o dólar chegou ao maior nível em quatro meses. Já em 2020,somado aos efeitos da pandemia,76 no dia da eleição. Em seis de novembro do mesmo ano,quando Biden já era projetado como vencedor,o dólar recuou a R$ 5,392.

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