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Futurismo no deserto: Arábia Saudita projeta cidade de ficção científica e quer fazer Copa do Mundo mais luxuosa da história

Nov 27, 2024 IDOPRESS
Estádio King Salman International é projetado para ser usado na Copa da Arábia Saudita — Foto: Reprodução

Estádio King Salman International é projetado para ser usado na Copa da Arábia Saudita — Foto: Reprodução

RESUMO

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GERADO EM: 26/11/2024 - 12:42

Arábia Saudita: Neom,Inovação e Copa do Mundo 2034

A Arábia Saudita projeta uma cidade futurista em Neom e pretende sediar a Copa do Mundo de 2034,visando se tornar líder global em inovação. Apesar das transformações,questões sociais e críticas persistem. O país busca equilibrar modernização com desafios,enquanto o mundo observa sua evolução.

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A Arábia Saudita está determinada a adquirir tudo,desde empresas até os melhores jogadores de futebol do planeta. Essa nação islâmica,localizada em grande parte da península arábica e banhada pelas tranquilas águas do Golfo Pérsico e do Mar Vermelho,é a maior exportadora mundial de petróleo e possui,há décadas,as principais reservas globais do recurso.

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A família real saudita,que governa essa monarquia absoluta,acompanhou de perto as experiências de pequenos emirados vizinhos,como Catar,Abu Dhabi e Dubai,e lançou-se com todo o poder de sua carteira recheada para diversificar a economia,abrir-se ao capital estrangeiro e conceber um projeto sustentável para além do petróleo.

O poderoso rei Salman bin Abdulaziz surpreendeu seus súditos em 2015 ao nomear como herdeiro do trono seu sétimo filho,Mohammed bin Salman,então com apenas 32 anos. O príncipe assumiu com a mesma mão de ferro do pai,mas iniciou um ambicioso projeto de reformas que vai desde inovações tecnológicas até iniciativas faraônicas que beiram a ficção científica. Uma delas será a Copa do Mundo de 2034.

Príncipe herdeiro da Arábia Saudita,Mohammad bin Salman,que se reunirá com Lula nos próximos dias — Foto: Pool / AFP

Oito anos atrás,ele apresentou o Visão 2030,um projeto que estabeleceu bases para reduzir subsídios estatais (em um país onde tudo depende do governo),criar um fundo soberano de investimentos financiado pelos dólares do petróleo e abrir ao capital privado a gigante energética Aramco,além de promover uma série de reformas em diversas indústrias.

O fundo de investimentos saudita,segundo estimativas,possui um orçamento superior a 900 bilhões de dólares. É por meio desse instrumento que o reino executa e financia suas ambições. O fundo soberano aposta em setores como energias renováveis,turismo,indústria armamentista,inteligência artificial,saúde,educação,esportes e ciência,com o objetivo de posicionar a Arábia Saudita como líder global em cada área.

Fervor de negócios

Os corredores do imenso complexo hoteleiro da rede Hilton em Riad,capital do país,são um constante vai e vem de empresários de todo o mundo,que se instalaram no coração do Oriente Médio para fechar contratos milionários com o reino.

Riade,na Arábia Saudita — Foto: Jeremy Suyker/Bloomberg

O plano de diversificação implementado pelo príncipe herdeiro inclui não apenas a modernização do país,mas também a compra de ativos em várias partes do mundo: Europa,Índia,China,Estados Unidos e,mais recentemente,América do Sul. O Brasil é o maior parceiro comercial na região (ambos fazem parte dos BRICS),embora a Argentina comece a olhar com interesse para os investimentos sauditas.

O Internacional King Fahd,em Riad,é o principal estádio da Arábia Saudita e recebe,hoje,a final da Supercopa da Espanha entre Barcelona e Real Madrid — Foto: Divulgação

No mês passado,em um fórum chamado de “Davos do deserto”,Yasir Al-Rumayyan,responsável pelo fundo soberano e homem de confiança do príncipe,anunciou que o foco de investimentos será mais direcionado à economia nacional,com menos ênfase em aplicações internacionais.

Enquanto isso,o ministro de Investimentos,Khalid al-Falih,informou que o número de empresas estrangeiras com sede na Arábia Saudita chegou a 540 neste ano,superando a meta de 500 estabelecida para 2030.

Transformações visíveis

As mudanças já são perceptíveis em cidades como Riad e Jidá,a segunda maior do país,localizada às margens do Mar Vermelho. Riad,erguida sobre um vasto deserto sem água,abriga hoje 8 milhões de habitantes. Uma sofisticada rede de tubulações de água dessalinizada percorre mais de 500 quilômetros do Golfo Pérsico para abastecer a população e a crescente indústria. Um moderno monotrilho,ainda em fase de testes,serpenteia vazio pela cidade entre arranha-céus e quarteirões inteiros de edifícios residenciais que surgem da noite para o dia.

Centro financeiro de Riad,na Arábia Saudita — Foto: Fayez Nureldine/AFP

O Kingdom Centre,um imponente edifício de vidro,simboliza o progresso do país. Projetos ainda maiores estão em andamento,como o edifício mais alto do mundo,com 2 km de altura,planejado pelo renomado arquiteto britânico Norman Foster.

Neom,o megaprojeto futurista na Arábia Saudita,está consumindo 20% de todo o aço do mundo em sua construção — Foto: Reprodução/NEOM

Além disso,o país planeja o Mukaab,um gigantesco cubo de 400 metros de altura,comprimento e largura,que será 20 vezes maior que o Empire State Building,em Nova York.

Arábia Saudita projeta maior arranha-céu do mundo em forma de cubo — Foto: New Murabba Development Company/Divulgação

Entre os destaques,está Neom,uma cidade futurista que se estenderá por 170 km,com dois arranha-céus paralelos cobertos de espelhos,projetada como uma metrópole ecológica sem carros,onde se espera que vivam 9 milhões de pessoas até 2045.

Resort promete criar maior piscina suspensa do mundo — Foto: Divulgação/Neom

O Mundial mais extravagante

A Arábia Saudita garantiu o direito de sediar a Copa do Mundo de 2034,prometendo uma edição grandiosa,com 15 estádios espalhados pelo país e o maior estádio do mundo,o Rei Salman,com capacidade para 92 mil pessoas.

Também abrigará centros de treinamento,16 aeroportos internacionais e até uma arena dentro dos arranha-céus de Neom.

Mudanças sociais e controvérsias

Embora a abertura econômica seja inegável,questões como direitos das mulheres e da comunidade LGBTIQ+ ainda suscitam críticas internacionais. Embora as autoridades tenham promovido o futebol feminino e flexibilizado algumas regras,a sociedade saudita permanece longe dos padrões democráticos ocidentais.

Frente às críticas,as autoridades incentivam visitas ao país como forma de mostrar os avanços. “A melhor maneira de entender o que somos é vir e nos conhecer pessoalmente”,defende Hammad Albalawi,líder do comitê do Mundial 2034.

Contratos milionários e estrelas brilhantes

Nas noites sauditas,a paixão pelo futebol é evidente. O King Abdullah Stadium,com capacidade para 62 mil espectadores,reflete essa aposta séria no esporte. Inaugurado há uma década,é um dos principais palcos da liga saudita,que vem recebendo investimentos massivos para se transformar em um torneio de elite.

King Abdullah Stadium,na Arábia Saudita — Foto: Reprodução/La Nacion

Clubes como Al-Ittihad,Al-Ahli,Al-Nassr e Al-Hilal receberam milhões do fundo soberano para contratar estrelas do futebol mundial. O português Cristiano Ronaldo,agora no Al-Nassr,foi a contratação mais emblemática.

O craque português Cristiano Ronaldo custou mais de R$ 1 bilhão ao Al-Nassr,da capital Riad — Foto: Jorge Ferrari/Al Nassr/AFP

Os sauditas também tentaram atrair Lionel Messi,que acabou optando pelo Inter Miami,apesar de ofertas astronômicas do Oriente Médio. Ainda assim,o país continua mirando grandes nomes do esporte para reforçar sua liga,com planos de colocá-la entre as 10 melhores do mundo até 2030 e,futuramente,entre as cinco principais competições globais.

Neymar sentiu dores e foi substituído — Foto: AFP

Além do futebol,o fundo soberano saudita tem ampliado sua influência em outros esportes. O reino investiu mais de US$ 6 bilhões em dois anos para atrair competições e atletas de alto nível. Exemplos incluem a criação de um circuito de golfe rival ao PGA Tour,investimentos na Fórmula 1,patrocínio ao Aston Martin e a realização do Rali Dakar no deserto saudita. Boxe,tênis,MMA e até esportes de inverno,como os Jogos Asiáticos de 2029,já foram contemplados pela visão ambiciosa do príncipe Mohammed bin Salman.

Torneio de exibição Six Kings Slam conta com estrelas do tênis — Foto: Divulgação

Desafios e críticas

Apesar das inegáveis conquistas econômicas e esportivas,a Arábia Saudita continua sob o escrutínio internacional devido às suas políticas de direitos humanos. As mulheres sauditas,que até pouco tempo não podiam dirigir ou frequentar certos espaços públicos sem um acompanhante masculino,têm visto algumas melhorias,como maior presença em eventos esportivos e a introdução do futebol feminino. No entanto,questões como liberdade de expressão,direitos LGBTQIA+ e a repressão política permanecem áreas sensíveis.

Mulheres assistem a partida do Al-Hilal contra o Al Ittihad no estádio King Fahd em Riade,Arábia Saudita. Pela primeira vez as sauditas puderam entrar em um estádio para ver um jogo de futebol REUTERS — Foto: Reuters

As autoridades sauditas frequentemente respondem a essas críticas com otimismo,destacando as mudanças em curso. “Estamos construindo um futuro brilhante. Queremos que o mundo veja o que a Arábia Saudita tem a oferecer,do esporte à tecnologia,passando pela cultura e inovação”,argumenta Albalawi.

Uma nova era para a Arábia Saudita?

A Arábia Saudita está se transformando em um polo de inovação,entretenimento e investimentos. Com projetos faraônicos como Neom,a Copa do Mundo de 2034 e um crescimento econômico baseado em diversificação,o reino está determinado a se posicionar como um líder global.

Projeto do NEOM Stadium,na Arábia Saudita — Foto: Reprodução

Porém,o sucesso dessas iniciativas dependerá de sua capacidade de equilibrar modernização econômica com pressões por mudanças sociais e maior abertura política. Enquanto isso,o mundo observa de perto como essa nação rica em petróleo e ambições busca reescrever seu lugar na história.

Um futuro de oportunidades e desafios

O ambicioso plano saudita de diversificação econômica,liderado por Mohammed bin Salman,busca reduzir a dependência do petróleo e construir uma economia resiliente e moderna. Visão 2030,o projeto de desenvolvimento estratégico,inclui avanços na tecnologia,esportes,energia renovável e urbanização,tudo em ritmo acelerado.

The Line,a cidade vertical,sem ruas ou carros,que pretende comportar 9 milhões de habitantes — Foto: Divulgação/NEOM

Grandes empreendimentos,como The Line em Neom,o estádio futurista de vidro e o parque esportivo Rey Salman,são símbolos do que o reino espera alcançar: transformar o país em uma potência global em inovação e estilo de vida. Mas esse progresso enfrenta questionamentos,como a sustentabilidade ambiental e a viabilidade econômica de projetos que beiram a ficção científica.

Impacto regional e global

A transformação saudita já está moldando o cenário geopolítico e econômico. O fortalecimento das relações comerciais com países como Brasil,Índia e China,aliado ao protagonismo em eventos globais,consolida o papel do reino como um importante ator no Oriente Médio e além.

Riade,capital da Arábia Saudita e sede do Al-Hilal — Foto: Franck Fife/AFP

No entanto,há preocupações legítimas sobre como o país abordará questões éticas e sociais. O forte investimento em esportes e cultura,por exemplo,é visto por críticos como uma tentativa de suavizar sua imagem internacional,prática conhecida como sportswashing.

Ainda assim,é inegável que o plano de diversificação está redefinindo os limites do que uma economia petrolífera pode alcançar. Resta saber se a modernização estrutural será acompanhada por reformas que atendam às expectativas da comunidade global em temas como direitos humanos e governança democrática.

O mundo observa

A Arábia Saudita de Mohammed bin Salman caminha em uma linha tênue entre a inovação e a tradição,tentando equilibrar um passado conservador com uma visão ousada para o futuro. Com projetos monumentais em andamento e o crescente interesse internacional,o país se posiciona como um dos mais intrigantes exemplos de transformação global no século XXI.

O estádio King Abdullah Sports City,em Jidá,na Arábia Saudita,onde o Fluminense jogará o Mundial de Clubes — Foto: LUCAS MERÇON/ FLUMINENSE / divulgação

O Mundial de 2034 e outros eventos de alto impacto servirão como testes cruciais para essa nova face do reino. Até lá,o mundo continuará observando e avaliando a capacidade saudita de cumprir suas promessas ambiciosas,enquanto lida com os desafios de um mundo que exige mudanças não apenas econômicas,mas também sociais e culturais.

Veja foto do resort na Arábia Saudita onde Neymar e Bruna Biancardi foram comemorar o aniversário da filha

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Um dos 24 bangalôs flutuantes do Nujuma,a Ritz-Carlton Reserve,resort de luxo no complexo The Red Sea Project,no litoral oeste da Arábia Saudita — Foto: Reprodução / Facebook

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O resort Nujuma,fica na ilha de Ummahat,numa região do litoral da Arábia Saudita já batizada de 'Maldivas do Mar Vermelho' — Foto: Reprodução

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Spa do resort Nujuma,inaugurado em maio de 2024 na ilha de Ummahat,na Arábia Saudita — Foto: Reprodução / Facebook

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Spa do resort Nujuma,na Arábia Saudita — Foto: Reprodução / Facebook

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Interior de uma das 63 villas do resort Nujuma,na ilha de Ummahat,na Arábia Saudita — Foto: Reprodução / Facebook

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Interior de uma das 63 villas do resort Nujuma,na Arábia Saudita — Foto: Reprodução / Facebook

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Interior de uma das 63 villas do resort Nujuma,na Arábia Saudita — Foto: Reprodução / Facebook

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Todos os bangalôs e villas do resort Nujuma,têm piscina privativa — Foto: Reprodução

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Um dos restaurantes do resort Nujuma,na Arábia Saudita — Foto: Reprodução / Facebook

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Um dos restaurantes do resort Nujuma,na Arábia Saudita — Foto: Reprodução / Facebook

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Um dos restaurantes do resort Nujuma,na Arábia Saudita — Foto: Reprodução

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A maior villa do resort Nujuma,tem três quartos e diárias de mais de R$ 97 mil — Foto: Reprodução

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Bangalôs flutuantes do resort Nujuma,onde Neymar e Bruna Biancardi se hospedaram — Foto: Reprodução / Marriott

Localizado no Mar Vermelho,Nujuma,tem 63 habitações e diárias de até R$ 97 mil