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Sindicatos lamentam que Governo e CP não tenham feito esforço para acordo conjunto

Jun 30, 2024 IDOPRESS
As organizações sindicais que organizaram a greve dos trabalhadores da CP que decorreu esta sexta-feira, lamentaram hoje que o Governo e a empresa não tenham feito "qualquer esforço" para alcançar um acordo conjunto.

"Lamentamos que a CP e a tutela setorial não tenham feito qualquer esforço para alcançar um acordo conjunto de sindicatos",lê-se num comunicado hoje divulgado.

Na sexta-feira,o Governo anunciou,em comunicado,que a greve que decorria desde 27 de junho e até 14 de julho foi suspensa,após ter sido alcançado um acordo com o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ).

A par desta greve,mais de 10 estruturais sindicais também organizaram uma paralisação que decorreu na sexta-feira e que contou com perto de 100% de adesão.

Contudo,o Governo e a CP não voltaram a negociar com estes sindicatos. A última reunião tinha ocorrido na quarta-feira.

"A CP é muito mais do que maquinistas. Este conjunto de sindicatos mantém a luta e as perturbações vão manter-se por tempo indeterminado até que a CP venha ao encontro das pretensões de todos os trabalhadores que lutam pela valorização das carreiras profissionais",asseguraram.

Questionado pela Lusa,o secretário-geral da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans),José Manuel Oliveira,reiterou hoje não haver qualquer acordo com a federação ou com os sindicatos que subscreveram o pré-aviso de greve para 28 de junho.

"[...] Nem sequer conhecemos qualquer proposta. A última foi da passada quarta-feira",sublinhou.

As negociações entre a CP e o SMAQ,mediadas pela secretária de Estado da Mobilidade,Cristina Pinto Dias,permitiram "chegar a um acordo sobre várias matérias laborais,nomeadamente aumentos dos salários e do subsídio de refeição,beneficiando todos os trabalhadores da empresa",adiantou,na sexta-feira,o Ministério das Infraestruturas.

Por sua vez,a CP salientou,que as partes chegaram "a um acordo quanto ao regulamento de carreiras",sublinhando que o SMAQ se comprometeu a terminar com a greve com efeitos imediatos.

Os restantes sindicatos que estavam em greve na sexta-feira cumpriram a paralisação.

A greve contou com a adesão da Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF),da Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial (ASSIFECO),do Sindicato Nacional dos Transportes,Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP),do Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (SINAFE),do Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (Sindefer) e do Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários,das Infraestruturas e Afins (SINFA).

O Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB),o Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA),o Sindicato Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ),a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans),o Sindicato dos Transportes Ferroviários (STF),o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) também aderiram.

José Manuel Oliveira já tinha referido que o que está em causa são salários de entrada baixos,"muito próximos do salário mínimo nacional",bem como uma diferença reduzida entre a base e o topo da carreira para os trabalhadores da CP,que ronda os 100 euros.

Em consequência,conforme apontou,a empresa tem cada vez menos trabalhadores,apesar de o número de passageiros e o lucro terem aumentado.

A greve dos trabalhadores da CP -- Comboios de Portugal levou à supressão de 934 comboios dos 1.247 programados (74,9%) entre as 00h00 e as 22h00 de sexta-feira,segundo dados enviados à Lusa pela empresa.