Projeto do estádio do Flamengo — Foto: Divulgação
GERADO EM: 25/06/2024 - 03:47
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Com a desapropriação do terreno na região do Gasômetro,na Zona Portuária,pela Prefeitura do Rio,o Flamengo passará a partir de agora a se concentrar no projeto detalhado de seu estádio,e também na forma de tirá-lo do papel em 5 anos.
O clube espera lançar a pedra fundamental da obra antes de outubro. Até lá,quer encontrar meios para custear a compra do terreno,que vai a leilão,e fazer a obra do novo palco. Vale lembrar que está previsto após o decreto em diário oficial que o Flamengo será responsável por erguer o estádio e também outras construções no entorno,através de parceiros.
No projeto,de revitalização da região,a Prefeitura conta com um Centro de Convenções,lojas e restaurantes,com o intuito de atrair interesse para empreendimentos imobiliários de alto padrão,residenciais e comerciais. Tudo isso com o chamariz positivo do Flamengo,classificado pelo Prefeito Eduardo Paes como a “âncora” de toda essa idealização. A Caixa Econômica,que terá o terreno colocado em leilão,é esperada como parceira em outras frentes do projeto como um todo,pois ainda tem ativos na região.
O presidente Rodolfo Landim,que terminará seu segundo e último mandato em dezembro,articula pessoalmente toda essa investida,com a companhia do seu vice e possível sucessor,Rodrigo Dunshee. O projeto em si é tocado no dia a dia por Marcos Bodin,e a articulação política tem nomes como o diretor Cacau Cotta e até o vice de futebol Marcos Braz,que preside uma comissão na Câmara de Vereadores que será responsável por fiscalizar a obra e seus interesses para o Rio.
Embora o trabalho de bastidores tenha sido importante para que o terreno tenha sido desapropriado,o Flamengo trabalhava em paralelo com a estruturação da operação financeira. A negociação com a Caixa,que gere o fundo dono da área,foi frustrada,pois o clube entendia que pelo potencial que trará para a região,não poderia pagar caro. Logo,ofereceu R$ 150 milhões pelo terreno,valor que será o mesmo que desembolsará no leilão previsto para daqui 30 dias. O preço de partida era R$ 250 milhões pedidos pela Caixa.
Com a etapa do terreno superada,a compra virá da venda de apartamentos que o clube ainda possui no Morro da Viúva,no bairro do Flamengo,que contabilizam R$ 114 milhões a serem reinvestidos em imóveis. Em 2018,o Flamengo vendeu a maioria dos apartamentos para uma construtora,ficou com 30%,e alguns imóveis encalharam. Contabilmente,foram reservados R$ 114 milhões da venda de apartamentos no Morro da Viúva. O resto será pago de uma só vez para totalizar o valor que deverá ser despedindo em leilão a ser marcado após a realização de um edital.
A diretoria também articula a venda dos naming rights do futuro estádio para poder custear a obra,que será paga através do faturamento nos próximos anos. A ideia é financiar no longo prazo um custo na ordem de R$ 2 bilhões,que não comprometa o orçamento. Há também a aposta em venda do potencial construtivo da Gávea para ajudar na obra. Com a operação financeira prevista até aqui,não será necessário a criação de uma SAF no Flamengo para levantar o estádio. O tema sofre resistência e foi colocado para o futuro por todas as correntes políticas em ano de eleição para presidente.
— A estruturação desse projeto vai viabilizar o Estádio sem SAF. A nossa força está na nossa torcida e o projeto tem surpresas importantes — escreveu Dunshee,candidato de Landim,nas redes sociais.
O assunto virou o principal capital político da atual gestão do Flamengo. Mas a compra do terreno após vitória em leilão precisará ser aprovada pelo Conselho Deliberativo do Clube. Mesmo assim,a pauta é positiva e não sofre qualquer tipo de resistência na Gávea,desde que não esteja associada à criação de uma SAF.
Além de Eduardo Paes,o Flamengo também tem apoio do deputado federal Pedro Paulo sobre o assunto. Na Prefeitura,o tema será tocado a partir de agora pelo secretário Jorge Arraes,da Secretaria de Coordenação Governamental. Depois do leilão,o Flamengo precisará da parceria do Governo do Estado na obtenção de licenças ambientais para que a obra seja executada dentro da legislação.