O memorando surge no âmbito da iniciativa Global Gateway,lançada em 2021 pela Comissão Europeia (CE) para promover ligações inteligentes,limpas e seguras a nível dos setores digital,da energia e dos transportes,esperando mobilizar 300.000 milhões de euros até 2027.
O documento foi assinado pelo presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS),José Luís Cacho,e pelo presidente do Complexo Industrial e Portuário (CPI) do Pecém,Hugo Figueiredo Júnior.
No seguimento do mecanismo Global Gateway,a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) assinou,em 2023,memorandos de entendimento com a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande,em Angola,e com a Companhia Siderúrgica Nacional do Brasil.
"A Global Gate Way é uma oportunidade para Sines potenciar a sua conectividade a uma escala global com o foco no atlântico sul e assegurar investimentos de natureza industrial e logística fundamentais para a sustentabilidade futura do porto [de Sines] e para o crescimento económico do país",afirmou o presidente da administração portuária,José Luís Cacho.
De acordo com o responsável,que falava durante a cerimónia de assinatura do memorando entre as duas entidades,que decorreu no auditório do Porto de Sines,as parcerias que têm sido estabelecidas vão permitir o desenvolvimento de "um 'hub' e de um corredor logístico" com Angola e o Brasil.
"Este memorando reforça a conectividade oferecida pelos portos de Sines e do Pecém que,por sua vez,irá reforçar as ligações de Sines à Europa",frisou José Luís Cacho,apontando para as áreas do "agronegócio,das matérias-primas ligadas à siderurgia e ao hidrogénio verde".
Por sua vez,o presidente do CPI,Hugo Figueiredo Júnior destacou os "dois grandes projetos que estão em curso" no Estado do Ceará - o 'hub' de hidrogénio verde e a ferrovia Transnordestina - que "vão transformar a economia da região e do Brasil".
"Estamos numa posição muito favorável como um dos locais mais competitivos para a produção de hidrogénio verde e a entrega na forma de amónia para mercados consumidores da Europa e da Ásia",afirmou.
Já o investimento na ferrovia Transnordestina,que conecta o interior do Piauí,"grande área produtora de soja,milho,algodão e minérios",com o Porto do Pecém,"abre uma possibilidade de escoar essa produção para todo o mundo,principalmente o mercado europeu",adiantou.
No entender do responsável,a parceria com o Porto de Sines permitirá "agregar cada vez mais valor aos produtos",integrando "as cadeias produtivas" e impulsionando "o desenvolvimento conjunto,com geração de emprego,negócios e oportunidades".
Para o Alto Representante da Comissão Europeia,António Vicente,esta parceria permite "aproximar ainda mais a economia brasileira,a economia portuguesa e da União Europeia,e criar novos corredores para o hidrogénio verde,para o aço e bens alimentares e estamos a usar a digitalização para reduzir os custos logísticos".
O secretário de Estado das Infraestruturas,Hugo Espírito Santo,também presente na cerimónia considerou que o memorando "está muito alinhado com a visão de crescimento" do atual Governo e de criação "de novas avenidas" marítimas,sendo o Porto de Sines "um 'hub' europeu de excelência".
O memorando de entendimento visa estabelecer o âmbito,as regras e os princípios orientadores da ação conjunta a desenvolver no sentido de estabelecer e desenvolver corredores logísticos sustentáveis,verdes e digitais de suporte a uma estratégia centrada em três pilares essenciais: "resiliência logística","resiliência energética" e "conectividade física e digital".