Samba enredo é viagem pelas águas do Pará. FANTASIA CARIMBÓ — Foto: Custodio Coimbra
Uma degustação do enredo “Pororocas Parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”,que a Grande Rio levará para a Sapucaí em 2025. Essa é a proposta do ensaio fotográfico com fantasias da escola de Duque de Caxias que busca aproximar o público do tema desenvolvido pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Os dois artistas propõem um mergulho nas águas amazônicas,além de promover uma jornada mística que mistura palácios,incensos,igarapés,encantarias e terreiros de tambor de mina,a partir da história das princesas turcas Mariana,Jarina e Herondina,e da Cabocla Jurema,que personifica a própria floresta.
1 de 6
Saga de Mariana,as princesas que atravessam os portais da encantaria eOs mares revoltos inspiram a feitura de fantasias da Grande Rio,que tem como modelo Wellington Szaniesky — Foto: Custódio Coimbra
2 de 6
O mangue é descrito como o berçário da vida,origem da energia ancestral que rege a pajelança do Marajó,em fantasia vestida por Lucas Mateus — Foto: Custódio Coimbra
Pular
X de 6
Publicidade 6 fotos
3 de 6
A artista paraense Dona Onete dá nome ao barquinho da fantasia,navegação simbólica pelas “águas de Nazaré”,cujo modelo é João Victor — Foto: Custódio Coimbra
4 de 6
Narrativa baseada nas histórias orais contadas nos terreiros imagina a corte da Turquia brilhando no fundo das águas. Modelo: Wellington Szaniesky — Foto: Custódio Coimbra
Pular
X de 6
Publicidade
5 de 6
Girar das saias guarda tradições e ensinamentos. Celebração dessa riqueza é parte da narrativa que a Grande Rio transformou em samba. Modelo: Andreia de Vasconcelos — Foto: Joana Coimba
Protótipos ajudam a contar enredo sobre saga de três princesas turcas
Algumas fantasias estão intencionalmente incompletas. Outras misturam pedaços de diferentes peças. A ideia,segundo os carnavalescos,é desafiar o olhar do público,que poderá consultar o ensaio nas redes sociais da escola.
— A intenção é insinuar,buscar a poética dos movimentos,dos materiais e desse universo encantado — explica Bora.
Os artistas recorrem a cores,brilhos e texturas para construir a narrativa. As imagens tiveram o “Mar de Espelhos”,do AquaRio,como cenário e são de autoria dos fotógrafos Custodio Coimbra,do GLOBO,e Joana Coimbra.
Os paraenses Andreia de Vasconcelos e João Victor serviram como modelos de algumas fotos,numa integração iniciada logo após o anúncio do enredo,que levou os carnavalescos ao estado homenageado quatro vezes. As viagens geraram oficinas,workshops e a documentação de todo o processo criativo em áudio e vídeo pelo cineasta local Vitor Souza Lima.
Para ajudar no desenvolvimento da pesquisa,os carnavalescos convidaram Rafa Bqueer,artista local que trabalha imaginários amazônicos nas suas criações. O samba-enredo tem entre os compositores o marajoara Mestre Damasceno. E,para antecipar o clima do desfile,a escola produziu um EP com três faixas,todas de compositores paraenses interpretadas por Evandro Malandro. As músicas já estão nas plataformas digitais e animam os ensaios na quadra.
— São maneiras de fazer,ao longo do ano,com que todos participem da construção (do enredo) — aponta Haddad.
O governo local está investindo R$ 15 milhões no desfile,como divulgou o jornalista Ancelmo Gois,do GLOBO. A Grande Rio desfilará na terceira noite do Grupo Especial.
