Em declarações aos jornalistas à margem de uma apresentação em Vila Nova de Gaia,no distrito do Porto,Carlos Fernandes disse que atualmente está a decorrer "e já [está] avançada" a fase de estudos.
"Daqui a seis/sete anos prevê-se que a primeira fase do Porto-Vigo [Galiza,Espanha] possa estar em operação",disse Carlos Fernandes.
Segundo o responsável,a IP conta ter os estudos de impacto ambiental concluídos ainda este ano e que em julho de 2026 seja lançado o concurso para dois troços: Campanhã--Aeroporto Sá Carneiro e Braga--Espanha.
Carlos Fernandes estimou que o processo relativo ao concurso dure cerca de ano e meio,seguido de cinco anos para construção.
A ligação do Porto a Vigo,na Galiza (Espanha),prevista para depois de 2030,terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro,Braga,Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).
O vice-presidente da IP falava após a apresentação do Plano de Pormenor Estação de Gaia - Santo Ovídio - Projeto de Alta Velocidade Porto-Lisboa,uma estação que terá plataformas de mais de 400 metros de comprimento e será construída a cerca de 60 metros de profundidade.
O projeto de alta velocidade Porto-Lisboa,que deverá ligar as duas cidades em cerca de uma hora e 15 minutos,é paralelo ao Porto-Vigo.
A estação,a construir num terreno que atualmente não está a ser utilizado perto da atual estação de metro de Santo Ovídio,terá dois edifícios de passageiros e ligação às linhas Amarela e Rubi,bem como a autocarros.
Na apresentação,Carlos Fernandes considerou que esta estação será a de "maior complexidade feita em Portugal" e,à margem,referiu que "sendo uma obra enterrada,complexa ao nível de engenharia,terá muito menos impacto à superfície".
"Será um túnel que atravessará Gaia,a estação estará mais ou menos no meio desse túnel,há muita obra enterrada,mas os impactos são muito localizados",resumiu.
Esta obra integra o lote 1 (Porto-Oiã) da primeira fase,cujo concurso foi lançado em janeiro,enquanto o lote 2 (Oiã-Soure) deverá ser lançado em junho.
A fase 3 (Soure-Carregado) deverá ser lançada em 2026.
Sobre a fase 1,Carlos Fernandes disse que o contrato final deve estar pronto até 01 de julho de 2025,seguindo-se cinco anos para a construção.
O valor base do troço todo (70 quilómetros) é de dois mil milhões de euros.
Esta fase inclui duas estações de alta velocidade: uma nova,a de Santo Ovídio,e uma requalificação,na de Campanhã.
Para cada uma a estimativa de custo é de 60 milhões de euros.
No total,segundo o anterior Governo,os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.