Categoria Livros - Academia Brasileira de Letras representada pelo jornalista Merval Pereira é premiada com o Faz Diferença na categoria Livros . O troféu foi entregue pelas mãos do editor executivo,André Miranda,e do editor de Opinião,Helio Gurovitz. — Foto: Foto: Alexandre Cassiano
Com uma trajetória mais do que centenária,a Academia Brasileira de Letras (ABL) se recusa a estacionar no tempo. Em 2023,entre outras iniciativas para democratizar seu acesso,elegeu seu primeiro representante indígena — o escritor e filósofo Ailton Krenak,vencedor do Prêmio Faz Diferença no ano anterior. Mantendo-se antenada aos anseios da sociedade e às inovações tecnológicas,a ABL também lançou recentemente uma versão digital de Machado de Assis,construída com inteligência artificial,para interagir com leitores de todas as idades.
FAZ DIFERENÇA 2023: Veja como foi a premiação de todas as categorias
Renovando cada vez mais sua própria alma,como destacou a colunista do GLOBO Míriam Leitão,a ABL foi premiada nesta quarta-feira (19) com o Faz Diferença 2023,na categoria Livros. O prêmio foi entregue pelo editor de Opinião do GLOBO,Hélio Gurovitz,e pelo editor-executivo André Miranda,em cerimônia realizada na Casa Firjan,no Rio.
— Como a principal instituição cultural brasileira,a ABL tem a responsabilidade de estar atenta a seu tempo e caminhar junto com a sociedade na evolução cultural do país — afirmou o presidente da ABL e colunista do GLOBO,Merval Pereira,ao receber o prêmio em nome da instituição: — Definida à época de sua criação como "torre de marfim",o que se exigia à época de instituições como esta,há muito a ABL saiu desta torre de marfim para refletir melhor em sua composição a sociedade brasileira,tanto em questões de gênero e raça,quanto em representatividade regional.
Nos últimos anos,buscando se abrir cada vez mais à sociedade,a ABL promoveu diversos eventos,visitas e palestras em sua sede,no Centro do Rio. Digitalizou o seu acervo,intensificando a disponibilização de documentos. Também se notabilizou pela defesa da ciência,da liberdade e dos valores democráticos.
As iniciativas renovaram sua imagem e a comunicação com o público. Em 2023,após um intervalo de 26 anos,a instituição voltou a ter um estande na Bienal do Livro do Rio,o evento preferido dos jovens leitores.
A ABL sempre recebeu em seu quadro as mais diversas tendências e saberes,do clássico à vanguarda,da medicina à religião,passando pela economia,o jornalismo e a linguística. Nos últimos anos,por exemplo,a lista de imortais da academia passou a contar com a atriz Fernanda Montenegro e o cantor Gilberto Gil,além do próprio Krenak em 2023.
Outra iniciativa importante da instituição,reformulada recentemente e agora publicada todo trimestre,a “Revista Brasileira” transita entre os cânones do passado e do futuro,abordando temas como os 200 anos de Independência e o avanço da inteligência artificial (IA).
Neste ano,o Petit Trianon,sede da ABL,passou a abrigar uma versão virtual de Machado de Assis,que responde perguntas e interage com o público com o uso de IA.
Não à toa,o colunista do GLOBO Ancelmo Gois destacou,na cerimônia de entrega do Faz Diferença,que a "sempre jovem ABL",inaugurada em 1897 com discurso do próprio Machado de Assis,é merecedora de todas as homenagens -- tanto as do passado,quanto as do presente.
O Prêmio Faz Diferença é uma realização do jornal O GLOBO,com patrocínio da Firjan SESI e apoio da Naturgy.