Residencial na Praia Brava com projeto desenhado pelo escritório de arquitetura Foster + Partners — Foto: Divulgação
GERADO EM: 29/11/2024 - 21:35
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O litoral norte de Santa Catarina é conhecido pelo metro quadrado mais caro do país,com prédios elevadíssimos (500 metros!) que fazem sombra na praia e atraem novos ricos. Mas um empreendimento da incorporadora Müze quer dar um upgrade na imagem da região — e,para isso,conseguiu a assinatura de um dos arquitetos mais renomados do mundo: o britânico Norman Foster.
Hoje com 89 anos e ainda bastante ativo,Foster é ganhador do Pritzker e criador de edifícios icônicos como o Gherkin,em Londres,e a sede da Apple,na Califórnia. Seu escritório Foster+Partners assina o novo residencial de R$ 2,5 bilhões de Valor Geral de Vendas (VGV) e coberturas de R$ 100 milhões na Praia Brava — localizada no município de Itajaí (SC),apenas dez minutos ao norte do Balneário Camboriú.
A Praia Brava é quase uma antítese do Balneário: um respiro de reserva florestal,com pouquíssimas (e baixas) construções.
— O resto do Brasil olha para gente como cafona,emergente. Mas aqui no Sul tem gente com bom gosto e dinheiro e que não estava sendo atendida. Queremos enriquecer a cultura local com arte,com um legado arquitetônico,e ajudar a romper esse preconceito. — diz Arthur Fischer Neto,diretor da Müze.
Felipe Miguel,que divide com Fischer Neto a direção,completa: — A gente não traz altura,mas traz assinatura,qualidade e pilares de sustentabilidade.
A Müze é resultado da união de três importantes incorporadoras do Sul: ZAH,Nastás e F2M. As três tinham terrenos vizinhos na Praia Brava e resolveram se unir. A proposta atraiu ainda como sócios investidores três empresários da região: Guilherme Weege (Grupo Malwee),Juliano Custódio (fundador da EQI investimentos ) e Alan Eccel (dono da trading NDI International e embaixador da Fundação Playing for Change).
Desde o início do projeto,os investidores sonhavam com um nome do porte e expressão de um Norman Foster. Frustrados com o projeto do Hotel Emiliano em Paraty,que nunca saiu do papel,o escritório não queria nem ouvir falar de Brasil. — Tentamos outros escritórios com uma arquitetura mais biofílica,mas veio tudo com um ar de “já te vi” — diz Arthur. Foram dois anos tentando falar com o Foster. De tanto bater,uma hora a porta se abriu.
— Somos muito seletivos e só aceitamos quando achamos que podemos fazer a diferença com o nosso design. É preciso que o cliente tenha uma visão compartilhada sobre o papel da arquitetura — diz o argentino Juan Frigerio,arquiteto sócio da Foster+Partner,e que fez os primeiros contatos com a Müze. O residencial é o segundo projeto do Foster no Brasil. O primeiro é o Aqwa Corporate,no Porto Maravilha,no Rio.
O projeto ficou sob a responsabilidade de David Summerfield,sócio sênior do escritório que foi também o pai do Apple Park. Norman Foster deu seus pitacos. Parece que as curvas nas varandas foram ideia dele.
O residencial Praia Brava terá 83 residências de 400 a 800 m2,mais as coberturas,de 1,2 mil m²,divididas em 7 torres de 7 andares. O hotel terá 47 suítes e será o único 6 estrelas da região.
O projeto se inspira em um anfiteatro em que todos têm vista para o espectáculo da natureza: o mar,a montanha ou os dois. — Gostamos de trabalhar com essa altura para residenciais. É a altura da copa das árvores. É um urbanismo mais humano,não perde a relação com o solo e a árvores — diz Frigerio.
Com a assinatura do Foster,a Müze espera atrair compradores brasileiros e internacionais que hoje não frequentam a região. — Esse é um empreendimento para quem quer de fato morar,como primeira ou segunda residência e que quer privacidade e segurança. Não é para investidor — diz Felipe.
O residencial da Praia Brava será lançado oficialmente em maio. A Müze já tem mais dois projetos para lançar até 2026 nesse segmento de empreendimentos de luxo em cidades litorâneas,um mercado que movimentou R$ 35 bilhões em 2023.