"O novo Governo deve aproveitar para abordar desde logo estes problemas porque eles existem,são sérios,e necessitam de uma resposta articulada,robusta e rápida",disse Nuno Botelho,citado num comunicado da ACP divulgado após a reunião de hoje com a ministra.
Para a associação,o Governo deve olhar "com preocupação e atenção para o panorama geral de segurança na cidade do Porto,antes que sejam causados danos irreversíveis",alertando que "a atividade turística e a atração de investimentos estratégicos podem ficar em causa se nada for feito".
De acordo com o comunicado da associação,Nuno Botelho "procurou entender o que é que está a bloquear um efetivo reforço do policiamento de proximidade e visibilidade,instrumental para dissuadir comportamentos criminosos contra pessoas e bens".
Na reunião foi também abordada a questão da videovigilância,tema sobre o qual o presidente da Câmara do Porto,Rui Moreira,revelou hoje que a adjudicação do contrato para mais 117 câmaras está suspensa por falta de parecer da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD).
Segundo a ACP,"o Ministério da Administração Interna mostrou empenho em ultrapassar as questões burocráticas que ainda não permitiram avançar com o projeto",que a associação considera "um passo fundamental que servirá como um fator de dissuasão a ações de violência e marginalidade".
"A Associação Comercial do Porto pediu também que possa ser revisto o regime legal das Polícias Municipais,que permita a estas forças de segurança complementarem eficazmente as ações da Polícia de Segurança Pública,reforçando e contribuindo para melhorar a perceção de segurança na cidade",refere.
A associação pediu ainda alterações à legislação sobre o tráfico e consumo de droga,um fenómeno que "na opinião da instituição urge combater".
A ACP recorda,baseada no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2023,que o crime relacionado com tráfico de estupefacientes cresceu 24,9% no Porto,para um total de 1.313 participações.
De acordo com o relatório,os dados referem-se a todo o distrito,sendo o 13.º crime mais participado,atrás de crimes como furtos em veículo motorizado (5.927),ofensa à integridade física voluntária simples (4.018),violência doméstica contra cônjuge ou análogos (3.918),outras burlas (3.445) ou condução de veículo com taxa de álcool igual a superior a 1,2 gramas/litro (3.082).
Quanto à criminalidade violenta,que subiu 4,4% no distrito face a 2022 (aumento de 92 crimes: 2.192 face 2.100),nos crimes mais participados não há referência no RASI ao tráfico de droga,mas sim a vários tipos de roubos,resistência e coação sobre funcionário,ofensa à integridade física voluntária grave e extorsão,para os quais a ACP também alerta.