Marcelo Motta em escalada anterior — Foto: Reprodução
GERADO EM: 09/07/2024 - 04:00
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Um dos montanhistas mais experientes do Brasil,Marcelo Motta Delvaux,natural de Juiz de Fora e que estava desaparecido desde o dia 30 de junho,no Nevado Coropuna,a quarta montanha mais alta do Peru,já tinha mais de 100 ascensões nos Andes e no Himalaia no currículo. No trágico acidente que terminou com sua morte,Motta tentava desbravar uma rota um tanto desconhecida,pela face sudoeste da montanha,formado por glaciares não muito inclinados,mas conhecido pelos especialistas como uma rota mais técnica e bonita.
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Em vídeos divulgados pela equipe de montanhistas treinados que participou da tentativa de resgate,é possível ver o buraco escuro onde essa aventura terminou. A greta é tão funda que se torna impossível ver onde acaba. No entorno,a neve parece fofa e instável — armadilha pouco previsível para os escaladores.
Local onde a barraca de Marcelo foi encontrada; pegadas apontam para greta; bastão de apoio encontrado próximo da fenda — Foto: Reprodução
Seguindo informações transmitidas pelo GPS de Motta,os especialistas conseguiram refazer todo o percurso do montanhista brasileiro para desvendar esse quebra-cabeça. Pouco tempo após alcançar o cume,no dia 3 de julho,Motta iniciou sua descida e,trinta minutos mais tarde,seu GPS parou e começou a registrar um emaranhado de pontos no mesmo local.
Como Marcelo encontrou a greta; ponto onde a fenda se abriu; profundidade do local da queda — Foto: Reprodução
As peças que faltavam para compreender o acidente,os escaladores só descobriram quando refizeram todo o trajeto. Veja os últimos passos do montanhista brasileiro Marcelo Motta:
Tentativas de alcançar o topo
Acampado a 4.880 m de altitude,na montanha Nevado Coropuna,Marcelo aguarda dois dias uma melhora nas condições climáticas; Ele tenta chegar ao topo do local,mas decide voltar ao acampamento.
Descida
Após dias de tentativas frustradas,o montanhista chegou ao topo do Nevado Coropuna em 3 de julho; Segundo informações do GPS,Marcelo permaneceu muito pouco tempo no topo,e iniciou o retorno à base da montanha onde estava acampado.
Montanhista encontra a greta
30 minutos após iniciar a descida,a cerca de 100 metros abaixo do cume,Marcelo encontra a greta,e inicia uma caminhada para encontrar o melhor ponto para saltá-la e deixa ali seus bastões para sinalizar o caminho na volta. Ele voltou da caminhada usando suas próprias pegadas do dia.
Salto e queda
Marcelo se aproximou da greta e quando se preparou para saltar,quando a borda colapsou e ele caiu no buraco “sem fim”. A greta encontrada pela equipe de resgate estava em toda sua extensão tapada por uma camada de neve branda em pó bem pouco densa,mas em um determinado ponto,ela estava totalmente aberta