De acordo com uma carta endereçada por Portugal e mais 20 países,a ministra do Ambiente e Energia,Maria da Graça Carvalho,pediu que a água seja uma prioridade durante a próxima legislatura e "que esse compromisso seja materializado através de ações abrangentes a nível da UE,incluindo financiamento adequado e eficaz,promoção da inovação,processos de tomada de decisão baseados em evidências e o reforço da cooperação internacional".
A governante portuguesa,primeira signatária da missiva,alertou para o "aumento da frequência e intensidade das secas,cheias e escassez hídrica em toda a Europa".
"Segundo a Agência Europeia do Ambiente,cerca de 20% do território e 30% da população europeia sofrem de stress hídrico todos os anos. O custo económico associado é estimado em 9 mil milhões de euros anuais,podendo atingir os 65 mil milhões de euros até ao final do século,sem sequer contabilizar os danos ambienta",afirmou.
Na carta,disponibilizada pelo Ministério do Ambiente e Energia,a ministra destaca o aumento da frequência e intensidade das secas,cheias e escassez hídrica em toda a Europa,sublinhando que "as perdas fazem-se sentir principalmente na agricultura e nos sistemas alimentares,no setor da energia e no abastecimento público".
Relativamente às inundações "um estudo publicado pela Comissão Europeia em 2021 estimou os custos totais da mitigação dos riscos de inundação para o período 2016-2021 em,pelo menos,14 mil milhões de euros",acrescenta.
No documento,afirma-se ainda a necessidade de uma maior articulação a nível europeu,abrangendo a água em todas as suas dimensões: recursos de água doce e salgada,proteção dos ecossistemas,consumo humano,agricultura e sistemas alimentares,energia e indústrias.
Maria da Graça Carvalho destaca ainda a importância da investigação e inovação no setor da água,para "encontrar novas soluções para fazer face à escassez de água,bem como melhorar as já existentes".
"Este documento sublinha a importância da investigação científica e a necessidade de um reforço de financiamento nestas áreas,através de instrumentos financeiros tradicionais,mas também através de formas inovadoras,que possam mobilizar o investimento privado",diz a ministra citada no comunicado divulgado pelo Ministério.
Também são signatários desta carta Alemanha,Áustria,Bélgica,Bulgária,Chipre,Croácia,Dinamarca,Eslováquia,Eslovénia,Estónia,Espanha,França,Grécia,Itália,Lituânia,Luxemburgo,Malta,Países Baixos,Polónia e Roménia.