Zona Portuária aquecida com os novos equipamentos culturais e restaurantes icônicos do Rio chegando na região - Antônio Rodrigues,do clássico Belmonte,hoje dono de mais de 20 restaurantes em funcionamento na cidade,resolveu investir também na Zona Portuária. No Edifício Turin,Pier Maua,ele vai abrir filiais de quatro restaurantes icônicos do Rio. — Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo
Alvo de grandes transformações nos últimos anos,a Região Portuária ganhou um novo projeto que deve agradar ao paladar de cariocas e turistas. É um complexo gastronômico e cultural no Edifício Touring,construção histórica na Praça Mauá,às margens da Baía de Guanabara. A ideia é instalar no casario de quase cem anos quatro restaurantes tradicionais do Rio — II Piccolo,Azumi,Nova Capela e Cais do Oriente. O “tempero” do empreendimento ficará por conta de rodas de samba e shows.
Sob nova direção: Município do Rio terá gestão compartilhada do Hospital Federal do AndaraíInverno pero no mucho: com altas temperaturas no Rio,estação tem atividades ao ar livre e mudança de hábito até na gastronomia
Edifício Touring,Pier Mauá,ele vai abrir filiais de quatro restaurantes icônicos do Rio. — Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo
— O Edifício Touring é tombado,não vamos mexer na estrutura. Pretendemos instalar cozinhas móveis na área externa,no estacionamento. Vamos colocar samba à tarde e depois,a partir das 23h,vamos realizar shows,principalmente de música eletrônica e rap,num dos galpões ao lado. Para alimentar a garotada,iremos montar três food-trucks. Além disso,queremos aproveitar o espaço para feiras de artesanato e eventos de vinho — diz o empresário Antônio Rodrigues,dono da rede de bares Belmonte,idealizador do projeto.
Para facilitar o acesso,o empresário planeja colocar,nos fins de semana e feriados,cerca de dez ônibus em pontos das zonas Sul e Norte do Rio,em quatro horários,de ida e de volta,para quem quiser visitar o espaço. O serviço será oferecido sem custo e sob agendamento.
Edifício Touring,ele vai abrir filiais de quatro restaurantes icônicos do Rio. — Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo
— Quero que seja para todos os públicos. Muitos jovens não conhecem o Centro. A região é sensacional,está crescendo,com muitos prédios novos,moradores novos chegando. Imagina sentar ali naquela orla,virada para a Baía de Guanabara,num fim de semana,com sambinha no armazém,boa comida e preço acessível — destaca o empresário.
Em 2019,o Edifício Touring chegou a ser cogitado pelo empresário Marcelo Torres,dono do grupo Best Fork,para abrigar o Mercado do Porto,inspirado no empreendimento português,mas o projeto não avançou. Antigo terminal de passageiros de navios,o prédio em estilo art déco foi projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire,que também assina o Hotel Copacabana Palace,o Edifício A Noite e o Palácio Laranjeiras.
Na região do Porto,a antiga fileira de galpões abandonados — à sombra do elevado da Perimetral,derrubado entre 2013 e 2014 — deu lugar a uma combinação de infraestrutura,mobilidade,boemia e arte. Além de pontos turísticos,como a Yup Star,a maior roda-gigante da América Latina,a área abriga bares,atrações (como o MAR e o Museu do Amanhã),o Boulevard Olímpico e polos gastronômicos que já fazem parte da agenda de lazer da cidade.
O conjunto formado pelos bairros da Gamboa,da Saúde e do Santo Cristo tem se consolidado como “point” de diversão e,ao mesmo tempo,opção de moradia próxima do centro da cidade. Segundo a prefeitura,desde 2021 foram 12 lançamentos residenciais,totalizando mais de 9,1 mil unidades habitacionais. Dessas,80% já foram vendidos.
O veterano Armazém da Utopia,na ativa desde 2010,acompanhou de perto o movimento de reurbanização do Porto. Por muito tempo,foi um dos poucos equipamentos de cultura no local a ter funcionamento noturno,com eventos e espetáculos. O diretor Luiz Fernando Lobo comemora a chegada dos vizinhos:
— A Zona Portuária tinha o IDH mais baixo da cidade e em pouco tempo se transformou. A tendência é uma alteração rápida nas dinâmicas daqui. Prefeitura e governo do estado precisam estar atentos à segurança. Essa região sempre foi historicamente muito segura,mas,com novos movimentos sociais,essas coisas se alteram.
Com uma grande estrutura,o Complexo Cultural D-Edge (CDD),um dos principais clubes de música do mundo,apostou no sucesso da Zona Portuária e chegou ao Rio em novembro do ano passado. Em cinco andares,o empreendimento,comandado pelo DJ e empresário Renato Ratier,foi montado em um prédio retrofitado,construído no início do século XX,para reunir música,arte,moda,design e gastronomia. Nos próximos meses,o complexo deve ganhar restaurante próprio. Para Léo Janeiro,curador artístico do espaço,a chegada de novos moradores trará mais prestígio para os estabelecimentos ali localizados.
Edifício Touring,ele vai abrir filiais de quatro restaurantes icônicos do Rio. — Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo
— Valoriza a área do porto,o comércio e todas as coisas que são feitas naquele espaço. É muito bom colocar o centro do Rio novamente no lugar de destaque e de prestígio. Mais do que econômicos,os benefícios são sociais e criam novos pontos para as pessoas poderem visitar — opina.
Também na região,o Complexo Portinho é um espaço colaborativo gastronômico que abriga diferentes marcas,incluindo cafés,cervejas e hamburguerias,além de receber exposições,eventos de música e ensaios fotográficos.
— O Portinho é um mix de entretenimento para todo mundo. O Porto do Rio representa as raízes da cidade e tem tudo para fazer ainda mais sucesso — ressalta Roberto Kreimer,responsável pelo espaço.