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Após abrir espaço para aliados em capitais, PT encara dificuldades no plano de emplacar vices

Jul 2, 2024 IDOPRESS
Lula com os prefeitos Eduardo Paes,do Rio,e João Campos,do Recife: chance de PT emplacar a vice são baixas — Foto: Edilson Danta/O Globo e Ricardo Stuckert/PR

Lula com os prefeitos Eduardo Paes,do Rio,e João Campos,do Recife: chance de PT emplacar a vice são baixas — Foto: Edilson Danta/O Globo e Ricardo Stuckert/PR

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GERADO EM: 02/07/2024 - 04:30

PT enfrenta desafios na escolha de vices em capitais

PT enfrenta dificuldades para emplacar vices em capitais,como Rio de Janeiro e Recife. Aliados locais indicam nomes,mas impasses persistem. Em João Pessoa,partido opta por candidatura própria devido à preterição pelo prefeito. Em outras capitais,como São Paulo e Salvador,acordos são firmados para composição de chapa. Em São Luís,ainda há disputa interna para definir vice na chapa.

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Depois de ter renunciado a lançar cabeças de chapa,o que deve levar o partido a registrar o menor número de candidatos em capitais dos últimos 32 anos,o PT tem enfrentado impasses para emplacar vices nas eleições municipais deste ano. Em ao menos duas capitais vistas como prioritárias — Rio de Janeiro e Recife —,as chances de a sigla ocupar o posto ao lado dos prefeitos Eduardo Paes (PSD) e João Campos (PSB) são baixas,apesar dos esforços de petistas locais para indicar os nomes. Em João Pessoa,a sigla foi preterida pelo prefeito Cícero Lucena (PP),o que levou o PT a mudar os planos e decidir lançar candidatura própria. Em São Luís,o partido ainda batalha para ficar com a vaga na chapa do deputado federal Duarte Junior (PSB).

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Os obstáculos enfrentados na capital de Pernambuco e do Rio são atribuídas por lideranças petistas às conjunturas locais.

— Já apresentamos as justificativas. Achamos que é fundamental que o PT tenha a vice e isso,inclusive,fortalece as chapas. Ainda estamos em um processo de discussão,não dá para a gente dizer se vai ou não vai acontecer. No que depender da nossa perseverança e da justiça,que seria o PT estar nas chapas,nós continuamos fazendo esse debate — afirma o senador Humberto Costa (PT-PE),coordenador do grupo de trabalho eleitoral do partido,responsável por organizar as candidaturas pelo Brasil.

O partido nas capitais — Foto: Editoria de Arte

Pedro Paulo na frente

No Rio,contudo,a avaliação do grupo de Paes é que uma chapa ao lado de um petista poderia dificultar a busca do eleitor de centro,já que o principal adversário na disputa deve ser o deputado bolsonarista Alexandre Ramagem (PL). Também de olho numa provável candidatura a governador em 2026,o prefeito planeja colocar ao seu lado o deputado Pedro Paulo (PSD),um dos seus principais aliados. Caso Paes renuncie à prefeitura para disputar o governo do Rio,o parlamentar assumiria o comando da cidade.

No começo de junho,o petista André Ceciliano deixou a Secretaria de Assuntos Federativos da Secretaria de Assuntos Institucionais (SRI) da Presidência para ficar disponível para a possibilidade de ocupar o posto de vice. A saída do governo era uma exigência da legislação eleitoral. Mesmo assim,ele não deve ser o escolhido do prefeito.

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O cenário é parecido na capital pernambucana,onde João Campos deve emplacar Victor Marques,seu ex-chefe de gabinete,como vice. Marques se filiou este ano ao PCdoB,que faz parte da federação formada por PT e PV. Lula também irá a Recife na próxima semana e a expectativa dos aliados de Campos é que ele e o presidente tenham uma conversa definitiva. Lideranças do PT acreditam,porém,que o presidente deve chamar o prefeito a Brasília para definir a chapa.

O partido de Lula quer emplacar Mozart Sales,atual assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais,como vice de João Campos. Na quinta e sexta-feira,a presidente do PT,Gleisi Hoffmann,esteve na capital pernambucana.

Em João Pessoa,o PT decidiu lançar candidatura própria porque,entre outros motivos,não emplacou o vice de Cícero Lucena. O atual prefeito quer priorizar outros aliados locais para sua tentativa de reeleição e acabou preterindo os petistas,que avaliam lançar o ex-prefeito Luciano Cartaxo.

Na cidade há uma intensa disputa interna no partido. A divisão chega ao ponto de o presidente do PT na Paraíba,Jackson Macedo,divergir da posição de candidatura própria. Mesmo assim,o PT em âmbito nacional mantém a intenção de concorrer este ano.

A direção nacional deverá confirmar hoje o apoio a Cartaxo como pré-candidato. Por outro lado,os outros dois partidos da federação com os petistas,PV e PCdoB,divulgaram nota em que dizem apoiar Lucena.

Quando a prefeitura foi alvo,em maio,de uma operação da Polícia Federal (PF) que apura um esquema de corrupção,a ala do PT favorável à candidatura própria conseguiu se fortalecer e emplacar junto à direção nacional a tese de ter um candidato petista. Ricardo Coutinho (PT),ex-governador da Paraíba,é um dos que é favorável a lançar Cartaxo. Por outro lado,o presidente do PT na Paraíba disse em entrevista à imprensa local que não irá fazer campanha para Cartaxo,embora acate a decisão nacional.

Até agora,a executiva nacional do PT homologou 13 candidaturas próprias do partido em capitais. Em seis,foram definidos apoios a cabeças de chapa de legendas aliadas. Dessas,em pelo menos duas,o partido ficará com a vice. Em São Paulo,Marta Suplicy (PT) vai compor a chapa com Guilherme Boulos (PSOL). Em Salvador,Fabya Reis será a vice de Geraldo Junior (MDB). Ainda falta o crivo da direção nacional paras as candidaturas em sete capitais.

Sem acordo em São Luís

Em São Luís,o partido ainda disputa para ficar com a vaga na chapa de Duarte Junior,mas também não há um acordo por causa das costuras locais. Estão na briga pelo posto o deputado estadual Zé Inácio e a ex-diretora do Instituto Estadual do Maranhão (Iema) Cricielle Muniz.

Humberto Costa diz que há “mais ou menos consenso” para o PT ficar com a vice na capital maranhense,mas o problema no momento é definir o nome que vai compor a chapa.

Na disputa da capital do Maranhão,o PT chegou a enfrentar a concorrência do PP e do MDB pela indicação do vice do deputado. O MDB apresentou o nome de Mariana Brandão (MDB),sobrinha do governador Carlos Brandão (PSB),mas não houve consenso,e o partido agora irá apoiar a reeleição do prefeito Eduardo Braide (PSD). Já o PP,do ministro dos Esportes,André Fufuca,já decidiu que irá apoiar o nome que será apresentado pelo PT.