Cerveja — Foto: Freepik/Reprodução
GERADO EM: 19/12/2024 - 21:06
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Descrita como uma "zoeira matematicamente rigorosa" pelo seu autor,a pesquisa sobre o formato ideal de copo para beber cerveja nasceu quando o professor Claudio Pellegrini,do Departamento de Ciências Térmicas da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ),relaxava em uma piscina. Publicada em 2019 na Revista Brasileira de Ensino de Física,a pesquisa ganhou uma versão atualizada em outubro e passou a repercutir internacionalmente,com reportagens na revista Scientific American,dos Estados Unidos,e Spektrum,da Alemanha.
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— Creio que eu estava bebendo cerveja na piscina e o aumento da temperatura me incomodou. Daí percebi que o problema estático,um liquido parado dentro de um recipiente,já havia sido resolvido a séculos: o melhor recipiente para reduzir a troca térmica é o esférico. Por outro lado,o problema dinâmico,um liquido sendo consumido,nunca tinha despertado interesse. Tomei esse rumo e,trabalhando nisso em minhas horas vagas,o resultado apareceu — explica Pellegrini.
Formado em engenharia e especialista na área de mecânica dos fluidos,o professor da UFSJ diz ainda considerar o trabalho embrionário,com perguntas ainda a serem respondidas. A pesquisa identificou que o melhor formato para manter a temperatura da bebida é um com a base pequena que se alarga conforme aproxima-se do topo,tal como uma corneta. "Algo como uma tulipa com a boca larga",explica Claudio.
O motivo exato pelo qual esse formato proporciona uma maior conservação da temperatura ainda é uma questão em aberto:
— Muitas vezes as soluções matemáticas “falam” com a gente,mas nesse caso ainda não consegui ouvir. Esse é um dos motivos pelos quais ainda não considero o estudo finalizado e ainda não submeti ele à apreciação dos pares. Em todo caso,o resultado do formato de tulipa é interessante,pois ele é muito comum no mercado. — diz o professor
No estudo,cuja versão atualizada foi publicada no repositório de estudos científicos ArXiV,o professor otimizou modelos tradicionais de copos,como a tulipa brasileira e a caneca imperial britânica.
— Os cinco modelos de copo abordados são geometrias típicas e ainda não foram comparados. Por isso tenho dito que quero chegar ao copo “ideal dos ideais”. Trata-se de um estudo embrionário,então muitas perguntas ainda estão por responder. Por esse motivo,fiquei bastante surpreso com a repercussão do artigo — diz Pellegrini.
