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Novo presidente da Lotaçor admite baixar taxas e serviços nos Açores

Jul 30, 2024 IDOPRESS
O novo presidente indigitado pelo Governo Regional para liderar o conselho de administração da Lotaçor, José António Soares, admitiu hoje reduzir o valor das taxas e serviços prestados pela empresa que gere as lotas nos Açores.

"Esta estratégia de baixarmos [o valor] fará com que todos os armadores e pescadores venham a beneficiar do abaixamento das taxas",explicou o futuro administrador da Lotaçor,nomeado pelo Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM e que foi ouvido hoje na comissão de Economia do parlamento açoriano,reunida em Ponta Delgada.

 

O anúncio de José António Soares,antigo autarca do PSD e atual deputado social-democrata à Assembleia Legislativa dos Açores,surgiu na sequência de uma pergunta feita por Gualberto Rita,deputado da bancada do PS.

"Pondera ou não a redução das taxas e serviços de lota neste momento de crise em que passa o setor,para que haja aqui um novo fôlego,não só para a produção,mas também para a comercialização e indústria,por um prazo que poderia ser de,pelo menos,dois a três anos",questionou o parlamentar socialista.

Jaime Vieira,do PSD,advertiu,no entanto,o novo administrador da Lotaçor para os riscos que a redução das taxas e serviços poderá vir a ter nos resultados operacionais da empresa pública,defendendo antes a alteração dos horários das lotas,de forma a facilitar o trabalho de pescadores e armadores.

"Vamos verificar os horários e encontrar as melhores soluções",garantiu José António Soares,respondendo ao repto e acrescentando que pretende também promover o pescado dos Açores junto dos mercados nacionais e internacionais para garantir melhores preços para os pescadores que exercem a atividade no arquipélago.

Francisco Lima,deputado do Chega,lembrou,que a Lotaçor apresenta resultados financeiros "catastróficos",que é necessário alterar,eventualmente através da redução das "gorduras" da empresa ao nível,por exemplo,dos recursos humanos.

"Não podemos continuar com um setor empresarial do estado falido,sempre a viver à custa do contribuinte",frisou o parlamentar do Chega,lembrando que "uma coisa são os custos da insularidade,outra coisa é sustentar o excesso de despesas e a má gestão".

Nuno Barata,deputado da Iniciativa Liberal,considerou,que José António Soares não terá capacidade,enquanto administrador público,de reduzir as despesas da empresa e,simultaneamente,baixar as fontes de receita.

"Como é que o senhor doutor pretende fazer essa multiplicação dos pães,aumentando o investimento nos portos,alargando os horários das lotas e baixando as taxas aos armadores e pescadores",perguntou.

Carlos Silva,deputado do PS,recordou as conclusões de um relatório do Tribunal de Contas,remetido ao Ministério Público,que considerou que pode ter havido prejuízo para o erário público no caso que envolve negócios realizados pela empresa municipal 'Madalena Agir' quando José António Soares era presidente da Câmara da Madalena do Pico.

"Se tiver algum problema com a justiça,ou for constituído arguido,coloca a hipótese de vir a renunciar ao cargo de novo presidente da Lotaçor",inquiriu o parlamentar socialista.

Na resposta,José António Soares disse apenas estar "tranquilo" em relação a esse processo.

Os deputados questionaram ainda o responsável sobre outros assuntos,sem,contudo,obterem respostas,nomeadamente sobre o eventual reforço do financiamento da Lotaçor, sobre a composição do restante conselho de administração da empresa e até sobre o local onde o novo administrador irá trabalhar,se na ilha do Pico,onde reside,se em Ponta Delgada,onde está sedeada a empresa.

José António Soares irá substituir Catarina Martins,na presidência da Lotaçor,empresa que registou,em 2023,um resultado liquido negativo de 2,5 milhões de euros,que advém da diminuição do pescado descarregado em lota e da redução do contrato de exploração com o Governo.