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Mesmo com reajuste da gasolina, refinarias privadas ameaçam processar Petrobras. Veja por quê

Jul 9, 2024 IDOPRESS
Abastecimento de combustível: preço da Petrobras vai subir nas refinarias — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Abastecimento de combustível: preço da Petrobras vai subir nas refinarias — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

A Petrobras anunciou que vai aumentar o preço de venda de gasolina para as distribuidoras a partir de amanhã. De acordo com a estatal,a alta será de 7,11%,ou R$ 0,20 por litro,para R$ 3,01.

É o primeiro reajuste feito por Magda Chambriard desde que assumiu a presidência da companhia,em maio. A estatal não aumentava o preço desde agosto do ano passado.

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Apesar do aumento da Petrobras anunciado ontem,as refinarias privadas ainda estudam entrar na Justiça contra a estatal,alegando que a sua política de preços prejudica a concorrência.

O presidente da Refina Brasil,Evaristo Pinheiro,disse,no último sábado,que a associação,que responde por 20% da capacidade de refino no país,estuda acionar a companhia,com o argumento de que a estatal não repassa as variações internacionais do petróleo e do dólar aos preços dos combustíveis como gasolina e diesel.

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Mesmo com o reajuste,ainda há defasagem em relação ao preço internacional,segundo a Abicom,associação dos importadores. Ontem,caiu de 18% para 10%. No caso do diesel,a diferença é de 13%.

— A Refina Brasil estuda acionar a Petrobras na Justiça porque a política de preços praticada pela empresa prejudica as refinarias privadas. É anticompetitiva e,por isso,é ilegal — disse Pinheiro no sábado.

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Ontem,a Refina Brasil não se pronunciou. Mas,entre os associados,a leitura é que a situação não mudou,devido à pouca transparência da política comercial da estatal.

De acordo com um relatório divulgado pelo banco Itaú,os preços da gasolina da Petrobras estavam abaixo do limite inferior há três semanas consecutivas.

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"Se não investir em renováveis,a Petrobras perde importância",diz Sérgio Gabrielli (2005-2012). Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo

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“A sociedade quer a descarbonização,tem direito a ela e não há como ignorá-la",diz Graça Foster (2012-2015) Foto: Divulgação/Agência Petrobras

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“A empresa sofre com mudanças frequentes de gestão. Não pode deixar de atender esse desafio”,diz Pedro Parente (2016-2018) Foto: Jorge William/Agência O Globo

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“A Petrobras pode ser muito produtiva e relevante caso seja privatizada”,diz Roberto Castello Branco (2019-2021) Foto: AFP

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“Petróleo e derivados são ‘commodities’. Tentar controlá-los é como controlar a gravidade”,diz Joaquim Silva e Luna (2021-2022) Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

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“A Petrobras pode ser indutora do crescimento,mas não deve investir ema qualquer coisa”,diz José Mauro Coelho (2022) Foto: PR

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Também em relatório,o banco Goldman Sachs disse que continua a ver preços da gasolina abaixo da paridade internacional e com margens negativas.

“Por outro lado,acreditamos que as notícias de hoje (ontem) poderão reduzir,pelo menos parcialmente,as preocupações dos investidores relativamente a uma potencial intervenção política na política de preços”,afirmaram analistas do banco.

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A Refina Brasil é formada pelas empresas Acelen,dona da refinaria da Bahia; Ream,que comanda uma unidade em Manaus; além de Dax Oil,Energy SSOil,Brasil Refino e 3R Petroleum. Juntas,elas somam 20% do mercado de refino,mesma participação dos importadores. A Petrobras é responsável pelos 60% restantes.

Mesmo com a alta do petróleo no último mês — o barril passou de US$ 77 para quase US$ 87 — e o avanço do dólar semana passada,quando chegou a ultrapassar R$ 5,65,as refinarias afirmam que ainda há a necessidade novos reajustes,de forma a equilibrar o preço praticado no Brasil em relação ao mercado internacional.

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Defasagem nos preços

Ontem,antes do reajuste anunciado pela estatal,a Abicom,associação que reúne os importadores,apontava para uma defasagem de R$ 0,59 por litro de gasolina comercializada pela Petrobras.

— O reajuste não é suficiente para zerar a defasagem dos preços dos combustíveis — diz Sergio Araujo,da Abicom.

Para Pedro Rodrigues,sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE),o reajuste nos preços da Petrobras é positivo porque reduz em parte a defasagem da gasolina e ajuda a reforçar o caixa da empresa em relação aos preços praticados no exterior. Porém,ele ressalta que o diesel continua com os preços abaixo do mercado internacional.

-- Apesar de reduzir a defasagem na gasolina,não resolve o problema,pois os preços continuam abaixo dos valores internacionais. Esse reajuste da estatal só mostra que a política de preços da companhia é negativa,pois mostra que isso é uma caixa preta e o mercado não sabe quando a estatal vai alterar os valores praticados no Brasil — afirmou Rodrigues.

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