Entenda como morcegos-vampiros geram energia através do sangue de suas vítimas — Foto: Kenneth Welch and Giulia Rossi/The New York Times
GERADO EM: 13/11/2024 - 10:32
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Com rostos semelhantes a gárgulas,presas afiadas e uma sede insaciável por sangue,os morcegos-vampiros parecem criaturas de pesadelos. E isso é antes mesmo de começarem a correr. Cientistas colocaram esses mamíferos sugadores de sangue em uma esteira para entender como eles obtêm energia para perseguir sua próxima refeição.
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Ao contrário da maioria dos morcegos,que evitam o solo,os morcegos-vampiros conseguem correr,usando suas asas dobradas para se impulsionarem para frente. Isso os ajuda a perseguir furtivamente o gado — e ocasionalmente seres humanos desprevenidos.
"Esses morcegos não querem simplesmente voar e pousar diretamente nas costas de uma vaca",disse Kenneth Welch,biólogo da Universidade de Toronto Scarborough,que estuda morcegos-vampiros e outros animais com dietas especializadas. "Em vez disso,eles pousam a alguns metros de distância,aproximam-se silenciosamente da perna da vaca e fazem uma pequena incisão indolor,sem que a vaca perceba."
Cientistas colocaram esses mamíferos sugadores de sangue em uma esteira para entender como eles obtêm energia para perseguir sua próxima refeição — Foto: Kenneth Welch and Giulia Rossi/The New York Times
Essas perseguições de presas podem ser energeticamente desgastantes. E a dieta desses morcegos,baseada em sangue,tem poucos carboidratos e gorduras,dos quais a maioria dos mamíferos depende para gerar energia.
Como os morcegos-vampiros não conseguem se “carregar” de carboidratos,eles parecem depender das proteínas do sangue que consomem. Em um artigo publicado na quarta-feira na revista *Biology Letters*,Dr. Welch e sua colega descobriram que esses morcegos geram rapidamente energia queimando aminoácidos,que são componentes formadores de proteínas.
Os morcegos-vampiros são os únicos mamíferos que praticam a hematofagia,ou seja,alimentam-se exclusivamente de sangue. Mas esse comportamento é praticado por outros animais,incluindo as moscas tsé-tsé,conhecidas na África por transmitirem a doença do sono. Para manter seu voo entre refeições,essas moscas oxidam o aminoácido prolina obtido do sangue que consomem.
O Dr. Welch suspeitava que os morcegos-vampiros também poderiam quebrar aminoácidos para obter energia. Para testar sua hipótese,sua colega Giulia Rossi,atualmente pesquisadora de pós-doutorado na Universidade McMaster,no Canadá,ajudou a coletar duas dúzias de morcegos-vampiros em Belize.
Imagem de morcego recebe visitantes na Cavalariças — Foto: Katie van Scherpenberg
A equipe então alimentou os morcegos com sangue de vaca de um abatedouro local. Antes que os morcegos consumissem o sangue,os cientistas o enriqueceram com altas concentrações de dois aminoácidos,glicina e leucina. Esses níveis elevados de aminoácidos,junto com outras assinaturas químicas,como isótopos no sangue,ajudariam os cientistas a rastrear como os morcegos processavam suas refeições.
Após se alimentarem,os morcegos foram colocados em uma esteira em miniatura. Segundo o Dr. Welch,os morcegos habilidosos inicialmente usaram os polegares para se agarrar às fendas e evitar a esteira em movimento. “Eles são como nós”,ele disse,“se não querem correr na esteira,tentam se esquivar e ficam de lado.
Morcego é alimentado com sangue antes de ser colocado para correr em esteira — Foto: Reprodução/Kenneth Welch and Giulia Rossi
Mas,uma vez que os morcegos começaram a correr na esteira,demonstraram boa forma. À medida que a equipe aumentava gradualmente a velocidade da esteira,os morcegos primeiro andaram,depois trotaram e,eventualmente,correram conforme a esteira alcançava quase 30 metros por minuto. A maioria dos morcegos continuou correndo durante o período de teste de 90 minutos.
Enquanto os morcegos corriam,a equipe coletou amostras de sua respiração para medir o consumo de oxigênio e a expiração de dióxido de carbono. Analisando o CO2 exalado,os cientistas puderam identificar traços dos aminoácidos provenientes do sangue ingerido antes da corrida.
Os pesquisadores descobriram que a quebra de glicina e leucina do sangue processado era responsável por até 60% da produção total de energia dos morcegos durante a corrida. Isso ilustrou que os morcegos-vampiros conseguem transformar aminoácidos em energia utilizável quase instantaneamente.
Cientistas colocaram esses mamíferos sugadores de sangue em uma esteira para entender como eles obtêm energia para perseguir sua próxima refeição — Foto: Kenneth Welch and Giulia Rossi
De acordo com Michael Hiller,pesquisador do Centro LOEWE para Genômica da Biodiversidade Translacional em Frankfurt,que não participou do estudo,a observação de que os morcegos-vampiros conseguem metabolizar aminoácidos em menos de 10 minutos é um achado “sem precedentes entre mamíferos”. Isso representa um exemplo intrigante de evolução convergente,em que morcegos-vampiros e insetos hematófagos desenvolveram mecanismos semelhantes para sobreviver a suas dietas extremas,disse o Dr. Hiller.
No entanto,essa capacidade dos morcegos-vampiros de quebrar rapidamente aminoácidos tem uma desvantagem. Como seus corpos são especializados para transformar proteínas em energia rapidamente,eles perderam em grande parte a capacidade de processar e armazenar outras fontes de combustível.
Morcego — Foto: Unsplash
Isso torna os morcegos-vampiros vulneráveis à fome. Eles não conseguem armazenar energia a longo prazo,o que significa que passar várias noites sem comer pode ser fatal.
Mas,ao que parece,os morcegos-vampiros estão dispostos a compartilhar sangue. Quando um desses morcegos sociáveis está com o estômago cheio de sangue,ele frequentemente regurgita a refeição para ajudar um colega de abrigo faminto,que costuma retribuir o favor no futuro. Isso garante que os morcegos-vampiros permaneçam abastecidos para caçar sua próxima refeição.
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Arqueólogos descobriram tumba com "vampiros" enterrada sob o chão de igreja na Polônia — Foto: Reprodução / Archeo Adventure
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Restos mortais são datados do século XVII — Foto: Reprodução / Archeo Adventure
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Moedas eram colocadas sobre os olhos ou na boca do falecido como forma de mantê-los "presos" no túmulo — Foto: Reprodução / Archeo Adventure
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Arqueólogos descobriram uma tumba com "vampiros" enterrada sob o chão de igreja na Polônia — Foto: Reprodução/ Archeo Adventure
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Restos mortais são datados do século XVII — Foto: Reprodução / Archeo Adventure
Restos mortais são datados do século XVII